segunda-feira, 31 de maio de 2010

- nas mesmas noites -

Doido é pensar naquilo que ontem fora seu e hoje não o é.
Vê-la em outros braços, nas mesmas noites por outros afagos.
Palavras repetiras em mentiras consentidas..

(...)

Amanhã ou depois,
serão perdidas.

domingo, 23 de maio de 2010

- dizem os poetas -

Dizem que os poetas costumam morrer de amor todas as manhãs, renascem à tarde, e apaixonam-se novamente sob a luz da lua.
Que poetas possuem a noite, sugam-na e ao seu fim morrem sedentos por desejá-la ainda mais.
Vivem para novamente tê-la, morrem por não suportar perdê-la e ainda assim, ela se vai. Morrer é o seu preço áqueles cujo apreço não pôde comedir.

E nem pudera.

sábado, 22 de maio de 2010

- somente ela -

Sempre que estava ali procurava seus passos. Incrível como aquela atmosfera - e somente ela - podia lembrá-los. Eu pensava em ver-te cruzar o meu caminho, passando os seus olhos nos meus e sorrindo - todas as vezes que imaginei essa cena você sorria. Eu estava perto de você. Sentia um quase seu cheiro, um quase seus traços. Imaginava-a fazendo aqueles caminhos e era como se eles a possuíssem. Traziam o seu gosto, os seus moldes. Eu podia imaginar o que o tempo mudou, o que seria exatamente igual. Gostaria de saber o que sentiria ao me ver. Pensava em algum convite, um almoço ou jantar. Algumas vezes nos beijávamos e eu temia o dia seguinte. Nunca soube ao certo o que fiz da minha paixão por você. Não soube o que ela fez de mim. Eu havia te esquecido, não como os amantes esquecem uma paixão, com grandes dores e traumas - simplesmente havia passado, se esvaecido. Os tempos doloridos foram, na verdade, aqueles em que mais te amei.
Eu sabía unicamente que nunca pude deixar de lembrar-te, seja aos sábados, seja ali. Tinha você perto de mim em estilhaços do que fomos nós. Esperava o destino e não queria nada além disso.